Em
minhas navegações pelo mundo da net, vendo alguns textos criados por pessoas
inteligentes, outras sem nenhuma inteligência.
Acabei
encontrando este... Achei muito bem escrito.
Existem
muitas pessoas levantando uma bandeira, uma causa, tomando partido de alguma
coisa sem conhecer realmente o sentido e as consequências do que está fazendo.
Simplesmente para acompanhar a "grande massa". São pessoas manipuláveis...
e me deixam com medo...
UM DIÁLOGO GAY
DOIS PERDIDOS NA NOITE
http://doisperdidosnanoite.blogspot.com.br/2012/05/dialogay.html
A cena aconteceu essa semana. Lá ia eu, entrando na faculdade, quando sou interceptado por uma militante do movimento gay:
- Estamos reunindo assinaturas para a aprovação do PL122, você pode assinar aqui.
- Estamos reunindo assinaturas para a aprovação do PL122, você pode assinar aqui.
- Não, obrigado. Respondi.
- É rapidinho, é só assinar e você pode nos ajudar. Insiste ela.
- Não estou com pressa, não vou assinar porque eu sou contra o PL122 - informo à militante estupefata, que olha para mim, avalia minhas roupas e pergunta:
- Você é evangélico?
- Para quem diz lutar contra o preconceito, você está sendo bem preconceituosa, né? Só por ser contra, sou evangélico? Não, não sou, mas também não acho errado alguém ser.
- Desculpa, mas é que os evangélicos andaram falando muita mentira sobre o PL122, disse ela. Mas quem é heterossexual não sabe o que nós gays passamos, quanto preconceito a gente sofre.
- Os gays também andam falando muita mentira sobre o PL122... mas olha você me julgando de novo! Só porque eu disse que sou contra o PL122, quer dizer que sou hétero? Não, não sou. Sou gay e sou contra o PL122, ué!
- Mas você está dizendo isso porque não conhece o projeto...
Interrompi com um:
- Ao contrário da grande maioria que assinou esta lista, eu conheço o projeto, e é justamente por isso que eu não concordo com ele, acho o texto bem ruim. Mas vou te dar a chance de me convencer do contrário, se você conseguir, eu assino aí.
Ela ficou me olhando com ar de "esse cara é maluco", mas começou:
- O Brasil é o país onde ocorrem mais crimes homofóbicos no mundo...
- Sério? Qual é a fonte dos dados? Perguntei.
É claro que ela não tinha. E emendei:
- Tem certeza de que em países onde a homossexualidade é crime a
situação não é muito pior? Onde é pior ser gay publicamente, aqui ou no
Irã? E quantos desses homossexuais foram mortos, sei lá, por outros
homossexuais? Ou quantos foram mortos por problemas com drogas,
prostituição etc? Nem todo crime sofrido por um homossexual tem
motivação homofóbica.
Então ela não se conteve:
- Não dá pra dialogar com a direita!
Eu ri e emendei:
- Não sei, porque não sou de direita. E estou aqui dialogando com você. Mas, olha só, em menos de 3 minutos você me julgou de forma preconceituosa três vezes: disse que eu era evangélico, hétero e de direita! É tão difícil imaginar que alguém seja capaz de pensar por conta própria? Por que sair julgando as pessoas que discordam? Se quiser, eu te explico meus motivos, mas para isso eu preciso saber se você leu mesmo o projeto ou se só está repetindo o que ouviu falar sobre ele. A gente pode discutir o texto do projeto em si e eu te mostro o que acho problemático.
Então ela ficou quieta um tempo e falou:
- Vou chamar a minha amiga ali, que é mais experiente, para conversar com você, tá?
- Não precisa, obrigado, tenho de ir fazer meu trabalho lá dentro. Mas boa sorte aí na sua empreitada. Outro dia a gente conversa. Mas aproveite e tire uns minutos pra ler o PL122, é curtinho, só umas duas laudas.
O lado bom é que tenho certeza de que ela leu o projeto depois disso. Se continuou o defendendo ou mudou de opinião, para mim é irrelevante, cada um que siga suas convicções. Só não dá para aceitar que alguém me peça para assinar o apoio a uma lei da qual só ouviu falar, como se fosse um abaixo assinado qualquer. Pode parecer um caso isolado, mas desconfio de que seja a regra neste caso do PL122: tanto quem é a favor quanto quem é contra, de modo geral, nem se deu ao trabalho de ler o texto e já saiu munido com seus preconceitos para defender uma ideia quem nem é da própria pessoa.
Fica a dica: antes de sair por aí gritando contra ou a favor de algo, procure pelo menos saber o que está gritando.
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